Fenômenos da internet vindos de periferias e interior, reis do streaming, os artistas da nova geração ganham o palco principal no maior evento de rap do país, no Rio
Numa passada de olhos ontem pelo Top 50 Brasil do Spotify, não se levava muito tempo para perceber que só dá eles. O quarto lugar era “Coração de gelo”, do rapper cearense WIU (Vinicius William Sales de Lima), de 20 anos. O sétimo, do recém-lançado “Flow espacial”, de WIU com o conterrâneo Matuê (Matheus Brasileiro Aguiar, 29) e o baiano Teto (Clériton Sávio Santos Silva, 21). O trio, que acabou sendo batizado de Trapstreet Boys, tinha sido responsável por “Vampiro”, música que passou o maior tempo no topo da parada brasileira da plataforma em 2022.
Em 20º lugar, estava “Felina”, faixa de WIU com Ryan SP (Ryan Santana dos Santos, 21), um fenômeno do funk paulistano que, atualmente com mais de 15 milhões de ouvintes mensais no Spotify, bateu gigantes do streaming como Luan Santana e Gusttavo Lima.
Autor de hits como “Tubarão te amo” e “Casei com a putaria” (37º na parada do Spotify), ele tem feito uma parceria muito bem-sucedida com o amigo MC Daniel (Daniel Amorim Nicola, 25) — em especial, no rap “Namora aí”, 24º lugar no Top 50 da plataforma. Sábado e domingo, WIU, Matuê, Teto, Ryan e Daniel se apresentam em coletivos no REP Festival: o Rock in Rio do rap, que acontece no bairro de Guaratiba, na Zona Oeste carioca.
— Estamos preparando um show muito único pra esse festival aí, vai ter dançarinas, muita coisa que ninguém vai esperar de nós — adianta Ryan, que sobe ao palco principal do festival, o Ritmo, às 22h45 de domingo, com Daniel e os MCs Hariel, Don Juan e Davi. — É o time de São Paulo no palco! Pode esperar que vai ser revolução não só pra nós do funk, mas pra todo mundo que faz show.
Atração, ano passado, do palco Sunset do Rock in Rio, Matuê se mostra muito entusiasmado com a possibilidade de dividir um show com WIU e Teto na cidade. Eles estarão na escalação de sábado do palco Ritmo, a partir das 0h45.
— A experiência dos três juntos no palco é totalmente diferente daquela dos shows individuais. A gente soma as forças e dá para entender o contexto geral de onde a gente vem e também dessa família, a 30Praum — diz, referindo-se à produtora fundada por ele e a sócia Clara Mendes, responsável pelas carreiras de vários artistas do rap.
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